Não são raras as vezes em que, em pleno meio de semana, nos encontramos tão perdidos em nossos sentimentos e compromissos, que não sabemos por onde começar. O que fazer primeiro? O que pensar primeiro? Qual coisa atrasada deverá vir antes? O que pode ficar para depois? São telefonemas, correspondências, compromissos na agenda, atividades eclesiásticas, cobranças familiares, desejos sentimentais, enfim, sentimo-nos sufocados e absolutamente perdidos, como se estivéssemos embaraçados em um bolo de linhas multicores.

A primeira reação é ficarmos nervosos.

ornamo-nos uma pilha de nervos. As pessoas não podem sequer pensar em falar conosco: estamos tão armados, tão carregados, que agredimos com facilidade. "Bom dia!", dizem os amigos; "Fale logo o que quer, e não me incomode!", é o que respondemos, ou o que gostaríamos de responder. O telefone toca e diz: "E aí, meu amigo, como andam as coisas?"; e nós devolvemos: "Amigo, se você não tem o que fazer, por favor, não venha atrapalhar-me!". As pessoas dizem: "Xi, hoje ele está azedo como um limão, amargo como um giló, ardente como uma pimenta..."

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A segunda reação é o desespero.

A chefia aguarda a entrega do trabalho, do relatório, da planilha, da apresentação em power point, do fechamento do caixa. Nós não estamos nem na metade, ou, não raras vezes, nem começamos o trabalho. Então suamos frio, trememos, choramos, nem queremos olhar em nossa mesa ou para os objetos de nosso serviço. Negamos que precisamos fazê-lo. Queremos distância, sonhamos com o final de semana. Mas a realidade está ali, nua e crua: temos coisas a fazer, e não as fizemos.

A terceira reação é a correria.

Principalmente em nosso inconsciente coletivo brasileiro: somos especialistas em deixar tudo para a última hora: a entrega do trabalho de escola, os telefonemas, a impressão dos documentos, o ensaio da canção, a compra dos presentes, o pagamento da conta, os recados necessários, os avisos em casa, tudo nós deixamos para a última hora. Então corremos. É tão comum cruzarmos com pessoas desesperadas, correndo feito loucas, nem olhando onde pisam ou por quem passam! "Oh, desculpe, estou numa correria!". Sim, dá para perceber!

A quarta reação é: até quando isso vai ser assim?

Até quando viverei freneticamente nesse ritmo alucinante, nessa sensação de vazamento atômico no centro da cidade, ou nesse desespero de sempre estar atrasado com tudo? Será que não haverá um fim? Será que a vida será sempre assim? Será que nunca terei um ritmo diferente, um ritmo de interior, de fazenda, algo que dentro de mim corresponda à tranqüilidade de quem está dentro dos prazos em tudo? Haverá uma maneira diferente de solucionar isso?

Bem, não é fácil, mas é possível. Quando não sabemos nem por onde começar, então só temos um jeito de fazê-lo: é começar pela oração! Sim, começar pela maneira mais incomum em nossa prática diária. Começar orando! Nós deixamos a oração em último lugar, como um apêndice na agenda, como algo que faremos se houver tempo, se não nos atrasarmos em outros compromissos, um ato de autêntica bondade de nossa parte. Não temos a oração como início, mas como um ato-extra, muito importante, mas muito distante. E, geralmente, nos damos mal, porque a inversão de valores destrói toda a obra. Já imaginaram um construtor deixando que os cuidados com a firmeza do concreto e com a estrutura da construção só sejam analisados no final, quando até o acabamento estético tenha sido concluído? Acredito que será tarde demais, porque tudo terá vindo abaixo. Assim também conosco: estamos o tempo todo a administrar crises, quando não precisaríamos delas, ou quando elas não precisariam ser tão difíceis e acentuadas.

"Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei." (Salmos 5:3)

"Contudo o Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida." (Salmos 42:8)

"De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz." (Salmos 55:17)

Sim, não importa se é de madrugada, de manhã, de dia, de tarde ou de noite. Se queremos arrumar um começo para a solução de nossa crise, a solução está na oração. Quando tudo está caindo, quando tudo está confuso, quando tudo está incerto, é hora de buscar ao Senhor e achá-lo; clamar pela intervenção divina, e aguardá-la; confiar no Deus a quem amamos, e descansar. Se a crise não chegou ainda, melhor será. Se ela já chegou, ainda é tempo. E se estamos quase perdidos, ainda há esperança, pois "sete vezes cairá o justo, e se levantará" (Provérbios 24:16a).

Então, caros amigos, paremos um minuto, e olhemos ao nosso redor: onde estamos? Como estamos? Em que ponto nos encontramos? Do que é que precisamos? Até onde estamos seguros? Carecemos de auxílio?

Cheguemo-nos, com confiança, ao simbólico altar da oração, no recôndito interior de nossa alma, e busquemos com quebrantamento e confiança ao Deus que acalma tempestades e que dá um rumo certo às embarcações! Se não temos rumo, Ele imprimirá um caminho em nossa mente e coração; se não temos respostas, elas virão tão-logo derramemos sobre o altar as nossas ansiedades e preocupações; se nos faltar a paz, a encontraremos em medida tão grande, que ultrapassará todo entendimento. Mas corramos e recorramos à oração! Orar, falar com Deus, abrir o coração, dizer a Ele que não temos outro bem além dele. "Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes" (Isaías 30:15). Se os antigos hebreus não quiseram, que nós queiramos, e que experimentemos "qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).

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